O pilão

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Pilão e pó-Foto Liana Gonçalves
Museu Arqueológico da Praia

O pilão é um dos mais importantes utensílios na culinária cabo Verdiana. Foi porque hoje tem cedido lugar as máquinas de moer, que por sua vez tem ganho cada vez mais popularidade. Uma espécie de almofariz, o pilão é ainda indispensável em muitas casas, sobre tudo ás do interior.

Rudimentarmente consiste num tronco cilíndrico escavado num dos topos de modo a servir de recipiente onde se os cereais, como o milho para a serem cochidos ou pilados. Costuma ser de pedra, de cimento, ou ainda de madeira, encontram-se em vários tamanhos e modelos. Ele vem acompanhado do ‘‘ pau de pilão feito de um ramo direto de uma árvore de madeira resistente, como laranjeiras, goiabeira e acácias. do pilão custa sair o milho cochido para cachupa,  o xerém, o rolon, a farinha para a típica massa, ou ainda para a papa de milho . O pilão ainda é utilizado para a extração do milho da enganha, bem como para descascar feijões secos afim de conserva.


Moinho-Foto Liana Gonçalves
Museu Arqueológico da Praia
Acredita-se que os pilões nasceram da criatividade dos portugueses na índia, enquanto outros lhe atribuem origem mongoloide. O que se sabe é que ele foi introduzido em cabo verde por escravos oriundos da costa africana de fronte.

O moinho de mão serve para a obtenção de farinha e tal como o pilão perdeu espaço para técnicas mais potentes rápidas e que exigem menos esforço.

Intimamente ligado ao pilão e ao moedor está o balaio, ou ‘‘bandeja’’ tradicionalmente conhecido por ‘‘balaio de tente’’.  Depois de triturado o milho, extrai-se o milho para o balaio onde se utiliza as técnicas de  ‘‘bentear’’ ou‘‘tenter’’.  
Pode se dizer que o pilão é a mãe de muitos partos tradicionais. Facto é que não se compara um cuscus feito de uma máquina de moer, com a farinha proveniente do pilão.

Bobecas de Trapo-Foto Liana Gonçalves
Museu Arqueológico da Praia
A arte de cochir é uma tarefa um pouco exaustiva, dependendo da quantidade do milho, mas ela pode ser bem divertida quando é feito como uma forma de competição.  Dependendo do tamanho do pilão duas ou mais pessoas podem participar da tarefa que acaba sendo uma brincadeira. Cada uma com os eus paus raparigas costumam desenvolver habilidades como mudar o ritmo do pilar, lançar o pau para ao alto e apanha-lo sem perder a vez, e ainda bater com o pau no corpo exterior do pilão. Em cerimónias como casamentos, batizados onde é necessário pilar uma quantidade maior de milho, a tarefa chega a ser uma parte atrativa da festa. Onde as raparigas mostram o que sabem, se desafiam umas as outras e muitas vezes até os homens entram mas brincadeiras.

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