Finkado na Raiz

02:59




Quadro Palácio da cultura
  A todos no foi ensinado que a cultura constituí a principal identidade de um povo. Porém muitos estudiosos da cultura cabo Verde afirmam que os cabos-verdianos têm problemas de identidade. ‘‘Somos ou não somos Africanos? Não somos nem europeus, nem africanos? Negros de alma branca ou de ‘‘pele negra máscara branca’’ (para os negros cabo-verdianos) ou simplesmente mutantes, seres caracterizados por um hibridismo de conduta que como disse Baltazar Lopesda Silva, pode revelar não sermos nem peixe nem carne…?’’ facto é que não se pode negar que os cabo-verdianos viveram, ou vivem essa dicotomia cultural, ideológica ou cultural. Constituí facto igualmente que o cabo-verdiano está cada vez mais consciente de que é cabos-verdianos, e já não se preocupa tanto em escolher de entre a Europa ou África como sendo o seu berço. 
  
O cabo-verdiano está ciente de que o fado não é melhor do que a morna, de que não somos melhores do que os ‘‘manjacos’’ , ‘‘amigos’’ como conhecemos os novos vizinhos da África continental sô por termos a pele um bocadinho mais clara, ou por termos a educação ocidental. Estes a cada dia que passa nos mostram orgulho, e preservação dos traços que definem as directrizes da sua identidade, sem complexo, sem medo, sem esnobe e inspiram o cabo-verdiano a super-valorizar outro cultura rejeitando a sua, bem como a respeitar os demais.
Quadro Chalé Figueira
  
Guy Rocher escreve que a cultura é um conjunto ligado de maneiras de pensar, de sentir, de agir mais ou menos formalizadas que, sendo apreendidas e partilhadas por uma pluralidade de pessoas, servem, de uma maneira simultaneamente objetiva e simbólica, para organizar essas pessoas numa coletividade particular distinta. Sendo assim a Morna, a tabanca, o funaná, o batuque, as vivências retratadas nas estrofes de Eugénio Tavares, as cores que ganharam forma no quadro de KiKi Lima, os objetos cerâmicos de fonte lima não nos caracterizam como Guienense, não alentejano, muito menos como nova-yorkino mas sim como ‘’kaoberdianos’’ .
  
Como pode alguém esnobar a terra do qual extraí o seu sustento, terra onde se encontra enterrado o seu umbigo, a terra que acolhe os seu entes queridos, a terra que sustenta os seus pés e não se sentir de terra? Como pode alguém falar a língua da terra, respirar o ar da terra, sem construir qualquer vínculo, sem sentir que faz parte? Ouve se por ai que um cabo-verdiano renunciou a nacionalidade, certamente não é por não amar a terra. 

Cabo Verde  é um país onde muitas pessoas vêem na emigração a forma de vida. Muitos foram, e voltam sempre, outros mandam ´´mantenha’’ com a ‘‘nkomenda  d´terra’’ enquanto ‘‘otos bai pa nunka mas’’.  É bonito se ver como as comunidades emigradas não se afastam da cultura do país de origem. Como no seio destas comunidades acontecem de forma viva e frequente manifestação culturais genuínos do seu locar de origem. A forma como não deixa de ensinar a língua kriola aos seus filhos, o facto vez de lhes mostrar outras paragens do mundo, preferirem cabo verde como destino de férias.   
Feliz é também ficam quanto recebem ‘‘nkomenda  d´terra’’, um bom singuelu, latas de atum, milho para cachupa, toremos e linguiça de porco, mel de cana, doces e bolachas, kamoka, louro de tabaco, manteiga de vaca, e muitas outras iguarias que costumam atravessar o atlântico  nas malas de um emigrante.

 A saudade é o sentimento que os cabo verdianos mais compartilham, é um dos princiapis temas''Djam Bem'' de ntem ki bai de Januário, até o sadad na voz de cise. Saudade das pessoas que conhecem,  das atividades que aqui realizavam, saudades das ruas onde cresceram , dos lugares que frequentavam, da morabeza.


 Se os cabos verdianos tiveram dúvidas sobre o continente pertencente, hoje ela se encontra severamente amenizada. Porque os cabo verdianos aprenderam a ver o mundo por si, a comparar a valorizar o que é seu, e que o caracteriza como tal mesta aldeia global proposto por Marshall McLuhan onde as pessoas e as culturas se misturam.

                                                                                              Liana Gonçalves

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